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Bons estudos e forte abraço! Professor Hugo Morais
quarta-feira, 30 de maio de 2012
Mulheres fogem por medo de retorno do Taleban ao poder
Temendo
o retorno do Taleban ao poder, mulheres qualificadas e jovens estão
deixando o Afeganistão antes da transmissão do governo em 2014 pela
Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), por acreditarem que o
governo afegão deixará de fora da agenda principal a luta pelos direitos
femininos. Segundo reportagem do diário britânico The Guardian,
o governo demostra falta de compromisso com a igualdade, vista nos
altos índices de maus-tratos contra as mulheres em casa e no trabalho.
“As mulheres são habitualmente assediadas e exploradas no local de
trabalho, o crédito por suas realizações é assumido pelos homens e elas
também são alvo de insurgentes quando vão para o trabalho ou a escola.
Elas sofrem com a insegurança e, mesmo em casa, são submetidas a
violências e abusos taticamente endossados pelos tribunais e o governo”,
diz Guhramaana Kakar, assessora para questões de gênero do presidente
do Afeganistão, Hamid Karzai, ao semanário britânico The Observer.
Em meio a este cenário, escolas para meninas são incendiadas perto da
capital Cabul e garotas recebem ataques com ácido por estudarem, além
de inúmeras histórias de estupro e sequestro. Por isso, as mais
qualificadas buscam bolsas de estudos ou empregos no exterior. A
Universidade de Durham, no Reino Unido, oferece, por exemplo, bolsas
específicas para esse público. “Nos primeiros anos após as tropas
internacionais entraram no país, houve mudanças positivas na vida de
muitas afegãs. No entanto, recentemente as coisas mudaram e a vida ficou
mais difícil para as mulheres, mas elas não querem ser empurradas de
volta para a caixa”, afirma Selay Ghaffar, executiva-chefe da ONG
Assistência Humanitária para Mulheres e Crianças do Afeganistão, ao Guardian. E questiona: ” Por que todos os planos para o futuro do Afeganistão ignoram a metade de sua população?”
O medo das afegãs é retratado em uma recente pesquisa da ONG ActionAid, na
qual 86% das mulheres dizem temer o retorno de um regime como o
taleban. Uma em cada cinco se preocupa com a educação das filhas e 72%
definem sua vida como melhor hoje que há uma década. Mesmo assim, um
número crescente de mulheres e meninas deixa os estudos e o mercado de
trabalho devido ao agravamento da segurança aos civis. De acordo com o
diário, as baixas entre civis afegãos subiram nos últimos cinco anos e
superaram 3 mil mortos em 2011, com as mulheres sofrendo de modo
desproporcional.
Além da violência e da pouca expressão no sistema político, elas
ainda precisam se preocupar com muitos tribunais que deixam de
protegê-las juridicamente, o que leva a histórias como crianças
estupradas e depois presas por adultério. “A experiência nos diz que um
aumento dos ataques contra as mulheres é muitas vezes um primeiro sinal
de advertência de que os talibãs estão recuperando o controle da área”,
diz ao Guardian Melanie Ward, diretora de assuntos públicos da ActionAid.
Fonte: Carta Capital
Estude com os slides da aula de Agricultura e suas transformações
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segunda-feira, 21 de maio de 2012
Água suja
Uma criança sudanesa abastece-se de água de uma poça lamacenta, para evitar ter de esperar duas horas na fila para tirar água do poço, no campo de refugiados de Doro, no Sul do Sudão. Mais de 80.000 sudaneses procuraram refúgio no Sul do Sudão, fugindo aos confrontos entre forças governamentais e insurgentes no Norte.
Fotografia: Hereward Holland/Reuters
Fonte: Caderno de Sociologiadomingo, 20 de maio de 2012
A reprodução social através do vestuário e dos brinquedos
Quino, Que presente tão inapresentável, Teorema, Lisboa, 2006, pág. 50.
Sugiro ao leitor menos familiarizado com o conceito de reprodução social a leitura deste post. Pode também dar uma vista de olhos no restante conteúdo desta etiqueta.
Quanto
aos meus caros alunos: concordo inteiramente com a ideia que vos veio à
cabeça assim que viram o cartoon – ilustraria muito bem uma das
perguntas do teste!
A propósito do Quino, vale a pena espreitar o post Valores do século XXI no blogue Dúvida Metódica, pois contém um cartoon tão genial, certeiro e impiedoso como este.
Fonte: Caderno de Sociologia
"Querido, cheguei! O que fizeste para o jantar?"
A situação representada na imagem (encontrada no blogue Aprendiz de Sociólogo, sem referência ao autor, mas com a indicação de ter sido extraída do livro "Sociologia" de P.B. Horton e C.L. Hunt) é designada nalgumas obras de Sociologia através de uma feia expressão: "Novos papéis parentais".
Fonte: Cardeno de Sociologia
sábado, 19 de maio de 2012
Por que não o Haiti?
Muito se tem falado no Haiti nos últimos anos. Mas pouco se ouve os haitianos. Crises regulares garantiam uma errática presença do país nos meios de comunicação nativos. Porém, desde 2004, quando o governo brasileiro assumiu o comando militar da missão de estabilização das Nações Unidas, as referências foram mais frequentes, geralmente apelando para a celebração da atuação dos militares (sem considerar resultados), das iniciativas de organizações não governamentais ou de empresários.
O terremoto de janeiro de 2010, que destruiu a maior parte da capital Porto Príncipe e matou mais de 220 mil pessoas, reforçou o hábito de autocelebração: diante da tragédia gigantesca, a ênfase invariável era na atuação virtuosa de soldados, missionários e civis brasileiros. Pouco ou nada foi dito sobre haitianos que tentavam retomar suas vidas após a catástrofe.
Nos últimos meses, referências ao Haiti voltaram a ocupar algum espaço na mídia porque 3,6 mil haitianos se refugiaram no Brasil, um país de 190 milhões de habitantes. O súbito alarme não era a situação precária a que estavam relegados nas cidades de fronteira da Amazônia, mas sim a quantidade e o fato de serem haitianos. Ao recusar genericamente as demandas de um grupo extenso de pessoas da mesma nacionalidade, o Brasil violou direitos inalienáveis do solicitante de refúgio: ter a sua situação analisada individualmente e adquirir uma documentação provisória que lhe permita acessar serviços básicos. Para os haitianos, e somente para eles, tais prerrogativas foram negadas.
Para defender a impossibilidade de reivindicar refúgio, membros do atual governo e vozes da mídia alegaram que a vinda de haitianos estaria atrelada às carências econômicas e não à perseguição em decorrência da instabilidade política do país de origem. Recorreram a uma interpretação estreita dos compromissos assumidos pelo país diante do regime internacional de proteção de refugiados. Paradoxalmente, a instabilidade política do Haiti é utilizada como justificativa para a missão militar chefiada pelas Forças Brasileiras, renovada anualmente desde 2004. As sucessivas crises políticas e econômicas que vêm minando o Haiti nas últimas décadas são responsáveis pela grande incerteza com relação ao seu presente e futuro.
A destruição da infraestrutura e das bases econômicas do país foi progressiva e anterior ao terremoto de janeiro de 2010. Diversos fatores e processos históricos recentes contribuíram para isso, mas foi, sem dúvida, o papel desempenhado pelo Haiti durante a Guerra Fria que levou potências como os Estados Unidos e a França a apoiar a ditadura particularmente cruel do clã Duvalier (1957-1986), contribuindo enormemente para o progressivo desmantelamento do aparelho de Estado.
Deve-se chamar a atenção ainda para as políticas de reestruturação econômica, adotadas a partir de meados dos anos 1980, cujas consequências foram igualmente desastrosas. A abertura comercial e o investimento externo, frutos dos planos de reestruturação, promoveram a inundação do mercado haitiano de produtos importados a preços menores aos praticados no mercado interno, o que gerou crises na produção agrícola de alimentos básicos. A partir daí, o país, outrora autossuficiente, se viu desabastecido e obrigado a importar uma gama enorme de produtos de primeira necessidade.
Não se pode esquecer, tampouco, o embargo desastroso que afetou o Haiti no período do coup d’état (1991-1993), quando os militares depuseram o presidente recém-eleito, Jean-Bertrand Aristide. Se o propósito do embargo era forçar o fim de uma ditadura militar repressiva e violenta, acabou por provocar a destruição final de todo o aparelho produtivo do Haiti, fortemente dependente de insumos e fontes energéticas vindas do exterior.
As sucessivas tentativas de reconstrução democrática foram frustradas pelas limitações do Estado haitiano e pela incapacidade efetiva de reconstruir o tecido produtivo. Estamos falando de um país formado por uma maioria jovem que, diante da incerteza política e da falta de oportunidades econômicas, encontra na migração e no refúgio um dos poucos horizontes possíveis para a viabilização de oportunidades educacionais e produtivas. Migrar os ajuda a garantir remessas de dinheiro para suas famílias, únicas fontes seguras de recursos financeiros para o país.
Falácias brasileiras
Desde 2004 e, sobretudo, após o terremoto, o governo brasileiro reivindica protagonismo não apenas no que diz respeito à missão de estabilização das Nações Unidas estabelecida no Haiti – cuja liderança se deve tão somente ao fato de o Brasil possuir o maior contingente militar –, mas em projetos de cooperação técnica, que, na maioria das vezes, não saíram do papel ou tiveram resultados aquém das propostas originais.
Detenham-nos nas áreas prioritárias da saúde e da educação. Nos meses após o terremoto, o Brasil prometeu construir na região de Porto Príncipe, no prazo de um ano, pelo menos 12 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), responsáveis pelo atendimento de casos de saúde mais básicos e pela urgente formação de agentes comunitários locais. Até o momento, mais de dois anos depois da promessa inicial, nenhuma UPA foi construída.
Na área de educação, foi anunciado, em fevereiro de 2010, que o Brasil ofereceria 500 bolsas a estudantes da rede universitária haitiana, atingida de modo particularmente devastador pelo terremoto. Uma vez anunciado o programa, cerca de 3,5 mil estudantes se candidataram no que teria sido o maior programa de intercâmbio internacional da história da educação brasileira.
Das inscrições em diante, o caos se instalou, mas não no Haiti, e sim nos meandros burocráticos brasileiros. O Programa Pró-Haiti foi responsável pela vinda de apenas 80 estudantes haitianos, que chegaram ao nosso país 18 meses após o terremoto. Os cerca de 3,6 mil haitianos que adentraram nossas fronteiras foram recebidos inicialmente com indiferença pelo poder público, ficando dependentes da generosidade dos habitantes das cidades fronteiriças do Norte do Brasil e da estrutura básica de acolhimento oferecida por paróquias locais.
Diante do escândalo internacional, o governo prontificou-se não a atender àqueles que chegavam, mas a deter essepequeno fluxo. As medidas restritivas fixaram em um máximo de cem o número de vistos mensais a serem concedidos na Embaixada do Brasil em Porto Príncipe, ou seja, 1,2 mil por ano. Todos aqueles haitianos que, a partir de janeiro de 2010, chegassem às fronteiras brasileiras, independentemente de sua situação ou capacitação passaria a ser considerado um ilegal e seria deportado.
A verdadeira diáspora
É difícil encararmos um limite tão restrito de vistos e a ameaça da ilegalidade e da deportação para os que aqui chegam com uma política cujo propósito é favorecer o estabelecimento de trabalhadores haitianos no Brasil. Destaque-se que, nem de longe, fomos ou somos o destino preferencial de uma diáspora haitiana de mais de 3 milhões de indivíduos espalhados entre a República Dominicana, Estados Unidos, Cuba, Canadá, França, Venezuela, Panamá, Costa do Marfim e Senegal.
Se efetivamente o governo brasileiro quer ajudar os haitianos vítimas do terremoto, não deveria endurecer a política migratória contra os reduzidos fluxos destes ou criar exceções injustificáveis ao regime de refúgio. Os haitianos que buscam trabalho e oportunidades educacionais no exterior são invariavelmente escolarizados, bem preparados e excepcionalmente motivados. A dinâmica de circulação internacional da diáspora haitiana é responsável pelo aporte direto de recursos para a população haitiana por meio do envio de remessas periódicas, consideradas preciosas e indispensáveis para a condução da vida cotidiana por parentes e amigos. São essas remessas que permitem estabelecer pequenos negócios, construir casas e financiar a educação de crianças e jovens em um sistema educacional privado e caro, como é o caso no Haiti.
O receio expresso por formadores de opinião e políticas públicas de que os haitianos aqui estabelecidos tragam suas famílias é infundado e só revela o racismo que nos rodeia. É claro que, diante da demanda por mão de obra no Brasil e do cálculo custo e benefício por causa das flutuações cambiais e salariais, alguns indicarão a parentes e amigos postos de trabalho vagos no Brasil. Tais casos, no entanto, seriam destoantes de práticas correntes da diáspora haitiana, como distribuir um grupo familiar por países e continentes diferentes, para assegurá-los diante de crises cíclicas e mudanças súbitas no panorama econômico nos países de acolhimento.
O mais provável é que parte significativa desses haitianos envie recursos para suas famílias no Haiti e retorne ao país em um médio prazo ou junte recursos para reunir-se com amigos e parentes em países infinitamente mais atraentes, como Estados Unidos, Canadá e França. É hora de superarmos a retórica narcisista de que existem laços afetivos entre o Brasil e o Haiti. Devemos trabalhar com o propósito de superar os nossos limites institucionais e o racismo que perdura em nosso país contra imigrantes negros e parar de causar empecilhos à vindade haitianos, sem sequer questionar sua qualificação e seu potencial.
Fonte: Carta na Escola
Café aumenta expectativa de vida
Se por um lado o café tem mais de mil componentes que trazem riscos à saúde, por outro ele estende a vida de quem toma de dois a três copos por dia. Faz sentido? Os pesquisadores do National Cancer Institute, nos Estados Unidos, também não entenderam muito bem os porquês, mas descobriram que a bebida aumenta a expectativa de vida de quem a consome.
Os homens que participaram da pesquisa e mantiveram essa frequência de ingestão de café foram identificados com chance de viver 10% a mais do que os que não tomaram a bebida. No caso das mulheres, o resultado foi de 13%. E, em ambos os testes, o resultado foi o mesmo para o líquido descafeinado.
Nas mulheres, houve uma diminuição de 15% do risco de ter alguma doença do coração, redução de 21% da chance de morrer por falha respiratória, 7% menos probabilidade de ter infarto e 23% menos chance de falecer de diabetes.
As pessoas analisadas, de ambos os gêneros, que ingeriram seis ou mais copos diariamente reduziram ainda mais todos esses riscos de saúde. O motivo que explica esse benefício ainda não foi descoberto. Também não se sabe por que o café prolonga mais a vida de mulheres, diz Neal Freedman, autor principal do estudo, publicado no The New England Journal of Medicine. Mas ele acredita que o grão não aumente o risco de morte de quem o ingere.
Fonte: National Geographic
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Estude com os slides da aula de Urbanização no mundo desenvolvido e subdesenvolvido
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Bons estudos e forte abraço! Professor Hugo Morais
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terça-feira, 8 de maio de 2012
Estudo com os slides da aula de Agrupamentos sociais
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quinta-feira, 3 de maio de 2012
Globalização: o mundo numa montra de supermercado
“Poderá pensar que o supermercado não tem muita relevância para o estudo da Sociologia, mas (…) o supermercado é um local que nos pode dizer muito sobre fenómenos sociais de grande interesse para os sociólogos no início do século XXI: o ritmo vertiginoso da mudança social e o aprofundar da sociedade global.
Na próxima vez que for ao supermercado preste atenção à grande variedade de produtos expostos nas prateleiras. Se, como muitas pessoas fazem, iniciar as compras pela secção de produtos frescos, é provável que encontre ananases do Hawai, uvas de Israel, maçãs da África do Sul e abacates de Espanha. No corredor seguinte, poderá dar de caras com uma vasta gama de pastas de caril e de especiarias para a cozinha indiana, variadíssimos ingredientes para a cozinha do Médio Oriente, como cuscuz e falafel, bem como leite de coco enlatado para a cozinha tailandesa. Continuando as compras, tome atenção ao café proveniente do Quénia, da Indonésia ou da Colômbia, à carne de ovelha da Nova Zelândia, às garrafas de vinho da Argentina ou do Chile. Se prestar atenção a um pacote de bolachas ou a uma tablete de chocolate, notará que os ingredientes vêm descritos em oito ou dez línguas diferentes.
Que dimensões sociológicas estão associadas a esta curta ronda pelo supermercado? (…) A enorme variedade de produtos que nos habituámos a ver nos supermercados ocidentais depende de laços económicos e sociais complexos que ligam as pessoas e os países do mundo inteiro. (…)
Os sociólogos usam o termo globalização quando se referem aos processos que intensificam cada vez mais a interdependência e as relações sociais a nível mundial. Trata-se de um fenómeno social com vastas implicações (…). Não deve pensar-se na globalização apenas como o desenvolvimento de redes mundiais – sistemas económicos e sociais afastados das nossas preocupações individuais. É também um fenómeno local, que afecta a vida quotidiana de todos nós. (…)
[Essa interdependência significa que] o que fazemos tem consequências na vida dos outros e que os problemas mundiais têm consequências para nós.”
Anthony Giddens, Sociologia, 5ª edição, F. C. Gulbenkian, 2007, Lisboa, pp. 50-51.
Fonte: Blog Caderno de Sociologia
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