terça-feira, 20 de novembro de 2012

Inscrições para Vestibular UFPE 2013 começam nesta terça

 

As inscrições para o vestibular da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) começam nesta terça-feira (20), exclusivamente pelo site da Comissão de Vestibular (COVEST). O prazo segue até o dia 3 de dezembro. O manual do candidato também estará disponível na internet.

“O candidato deve ficar muito atento ao prazo de inscrições porque não haverá condições de estendê-lo em face ao cronograma apertado”, destaca o presidente da Covest, professor Armando Cavalcanti. Ele ainda ressalta que o estudante deve ler o Manual do Candidato atentamente para conhecer todas as normas da seleção, a exemplo da proibição do porte de aparelhos de comunicação nos dias de realização das provas.

A UFPE oferece 6.501 vagas no vestibular 2013 da instituição, das quais 1.083 (16,75%) são destinados aos cotistas que cursaram todo o ensino médio em escolas públicas. Este ano, a Universidade já adere a todas as regras da Lei de Cotas. Além dessas vagas, estão sendo oferecidas outras 55 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

 A taxa de inscrição deve ser paga até o dia seguinte ao final do período de inscrição. O valor que deve ser pago para se candidatar às provas da segunda fase do vestibular da maior universidade pública do Estado é de R$ 100 para todos os cursos, exceto música. Os feras que disputam uma vaga no curso que foi primeiro lugar deste ano devem pagar R$ 110. Segundo dados da Covest, no último ano, 48 mil feras se inscreveram para o vestibular da 2ª etapa do vestibular da UFPE. Para este ano, a comissão estima que haja um aumento de cerca de 10% neste número.

Os candidatos que desejam solicitar isenção da taxa de inscrição só têm esta semana. O prazo começa nesta terça e já termina na sexta-feira (23). O pedido também deve ser feito pelo site da Covest. No ano passado, a Covest recebeu cerca de 20 mil solicitações, das quais 16 mil foram concedidas.
FONTE; JConline

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Vestibular da UFPE será em janeiro

 
A UFPE decidiu adiar as provas do seu Vestibular 2013, que seriam realizadas nos dias 2 e 3 de dezembro. As provas serão em janeiro, mas a data ainda não foi definida. A universidade acaba de anunciar que a reitoria resolveu mudar a data dos exames depois de reunião entre Ministério da Educação, pró-reitores de graduação e dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) realizadas nessa quarta-feira (3) em Brasília.
O motivo é a discussão de propostas para o decreto de regulamentação e a portaria de normatização da Lei Nº 12.711, a Lei de Cotas, que precisa ser levada em conta na hora da elaboração dos editais de inscrição das instituições de nível superior.
Por meio da assessoria de imprensa da UFPE, a pró-reitora para Assuntos Acadêmicos, Ana Cabral, que participou da reunião, a data para publicação do decreto e da portaria será divulgada posteriormente pelo ministério. Por isso a UFPE ainda não pode definir quando divulgará o edital do Vestibular 2013, que deve realizar suas provas de 2ª etapa no mês de janeiro, em dias que serão definidos pelo Conselho Coordenador de Ensino, Pesquisa e Extensão (CCEPE).
Fonte: Jornal do Comércio

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Slides da aula sobre Max Weber


Não tem como fazer o armazenamento no blog dos slides da aula de ontem, não estou conseguindo postar. Sugiro que os interessados nos slides, tragam um pen drive para ter acesso ao arquivo.
Desculpe por essa falta.

Forte abraço! Professor Hugo Morais

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Dados do IBGE apontam que população do país cresce rumo ao interior

 
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta sexta-feira os dados de população dos municípios brasileiros --em relação à última medição, em 2010, o Brasil ganhou 3.191.087 novos habitantes, passando a uma população total estimada em 193.946.886 pessoas na data de referência, 1º de julho de 2012.
Os dados mostram que as cidades que mais cresceram no período das três últimas medições (2000-2012) foram aquelas com população entre 100 mil e 500 mil habitantes. Segundo o instituto, esse dado revela "que o dinamismo populacional do Brasil continua seguindo novas rotas, particularmente rumo ao interior".
Não houve mudança na lista dos 15 municípios mais populosos em relação a 2010. As maiores cidades são São Paulo (11,37 milhões de habitantes), Rio (6,39 milhões), Salvador (2,71 milhões), Brasília (2,64 milhões) e Fortaleza (2,5 milhões). Juntos, eles somam 40,75 milhões de habitantes, representando 21,02% da população.
Quando consideradas as regiões metropolitanas, São Paulo mantém-se líder (19,95 milhões de habitantes), seguida do Rio (11,84 milhões), mas Belo Horizonte, com 5,5 milhões de pessoas na região metropolitana, e Porto Alegre (3,99 milhões) assumem as posições seguintes.
Excluindo as capitais, os municípios mais populosos são Guarulhos (1,24 milhão), Campinas (1,09 milhão), São Gonçalo (1,01 milhão), Duque de Caxias (867,06 mil), Nova Iguaçu (801,74 mil) e São Bernardo do Campo (774,88 mil). Com exceção das capitais, os 15 municípios mais populosos somam 11,47 milhões de habitantes, representando 5,92% do total da população do Brasil em 2012.
Já os municípios com população abaixo de 100 mil pessoas tiveram baixas taxas de crescimento -- muitos deles próximos de zero. Borá (SP) e Serra da Saudade (MG), com 807 habitantes cada uma, são as cidades menos habitadas do país, e as duas únicas que possuem menos de mil moradores.
As estimativas populacionais são um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União na distribuição do dinheiro do Fundo de Participação de Estados e Municípios.
ESTADOS
São Paulo continua sendo o Estado mais populoso, com 41,9 milhões de habitantes (21,6% da população brasileira), seguida por Minas Gerais, com 19,85 milhões (10,23%), e Rio de Janeiro, com 16,23 milhões (8,36%). O Estado de Roraima é o menos populoso, com 469,52 mil habitantes (0,24%), seguido do Amapá, com 698,60 mil (0,36%), e Acre, com 758,78 mil (0,39%). 
FONTE: Folha de São Paulo

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Jovem de 17 anos ganha provas internacionais de física, linguística e astronomia

Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho, 17, é um prodígio.
Entre 13 de julho e 14 de agosto, emendando uma competição na outra, ganhou na Estônia a medalha de ouro na Olimpíada Internacional de Física, a prata na Olimpíada Internacional de Linguística, na Eslovênia, e no Rio, a prata na Olimpíada Internacional de Astronomia.
O garoto disputou com a elite dos estudantes do planeta. A prova individual de linguística, uma das mais interessantes, exigiu a resolução de problemas a respeito de cinco línguas: dyirbal, umbu-ungu, teop, rotuman (diferentes idiomas da Oceania) e basco (da região espanhola). A prova em grupo versou sobre o tai-kadai, do sudeste asiático e do sul da China.
Antes que alguém se assuste, Ivan já explica: "Não, eu não tinha de conhecer essas línguas previamente". Ah!


O estudante Ivan Antunes, 17, com medalhas após ganhar Olimpíadas de física, astronomia e linguística
O estudante Ivan Antunes, 17, com medalhas após ganhar Olimpíadas de física, astronomia e linguística

"É competição de lógica. Você tem de perceber os padrões do uso da língua." Uma questão clássica: fornecem-se ao estudante duas listas, uma com frases em uma língua desconhecida; outra, uma lista de traduções. "Só que elas não estão ordenadas e uma das traduções está errada", diz Ivan. O desafio é descobrir qual tradução está errada, fazer a correspondência das traduções e apontar o erro da tradução.
A medalha de prata que Ivan trouxe é a primeira conquistada pelo Brasil na história dessa competição.
Filho de médicos de Lins (429 km de São Paulo), Ivan começou a disputar olimpíadas na quinta série. Com 14 anos, foi sem os pais para o Azerbaijão participar de sua primeira prova internacional.
Visitou dez países graças às competições. A viagem para a Disney com a família estava marcada, mas, na mesma data, apareceu uma semana de matemática em São José do Rio Preto (443 km de São Paulo). Adeus, Disney.
SOLTEIRO
Hoje, Ivan vive em São Paulo, em uma pensão vizinha ao Colégio Objetivo Integrado, onde estuda. Está "solteiro", diz. A família mora em Lins.
Ivan não se acha superdotado. "Qualquer pessoa que se dedique como eu conseguirá resultados iguais." A memória também não é excepcional. "Costumo esquecer os nomes das pessoas."
O segredo do sucesso? "Ser um campeão olímpico depende de curiosidade, planejamento, interesse e dedicação verdadeira", afirma.
O dia começa às 7h10, quando entra na escola. Vai até as 12h50, saída das aulas. À tarde, o jovem estuda por até seis horas. Mas têm dias em que o esforço se limita a ler 20 páginas de algum livro.
Sem rotinas férreas, recomenda que se tracem objetivos claros. "Tipo: quero acabar esse livro até tal data. Algumas metas têm de ser de longo prazo. Para ir à Internacional de Física, comecei a estudar um ano e meio antes."
Para aqueles que se acham modelos de dedicação infrutífera, Ivan tem duas hipóteses: "Ou são pessoas que pensam que se dedicam, mas não se dedicam tanto, ou se dedicam usando estratégias de aprendizado inadequadas."
Ele dá um exemplo de "estratégia inadequada". Durante o treinamento para a Olimpíada de Linguística, Ivan percebeu que estava estagnado. "Os professores diziam que deveríamos conhecer as teorias antes, mas para mim não funcionou."
Em vez de desistir, o jovem criou seu próprio método. "Para mim, foi muito melhor fazer as provas passadas, lendo a resolução e anotando todos os pontos importantes."
A lição que extraiu: "Existem estratégias que funcionam para algumas pessoas, e outras que funcionam para outras. Você tem de descobrir a que funciona para você".
Ivan se preocupa com a fama de "egoístas" que cerca alunos "olímpicos" como ele. Há dois anos, mantém com amigos o endereço www.olimpiadascientificas.com, com dicas de estudos. "Também tiramos dúvidas", diz. "É nossa forma de ajudar."
O menino que pensa em estudar em Harvard, Oxford, Princeton, MIT ou Cambridge - "As suas chances de ser aceito aumentam muito se você vencer uma olimpíada internacional", escreveu ele no site- não tem ainda a menor ideia de qual carreira seguirá. "Eu gosto de tudo, não consigo decidir o que fazer." 
Fonte: Folha de São Paulo

Estude como os slides da aula de Relevo do Brasil

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Bons estudos e forte abraço! Professor Hugo Morais

terça-feira, 28 de agosto de 2012

UFPE abre inscrição para cursos de educação a distância

Estão abertas, a partir de segunda-feira (27), até 6 de setembro, inscrições para vestibular de três cursos a distância da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Há 1.020 vagas nas seguintes graduações: licenciatura em letras/língua portuguesa (300 vagas); licenciatura em letras/língua espanhola (420) e licenciatura em matemática (300).
Os polos presenciais ficam nas cidades de Recife e Olinda, na Região Metropolitana; Limoeiro, na Zona da Mata; Garanhuns, Pesqueira e Surubim, no Agreste; Tabira, Trindade e Petrolina, no Sertão. Nesses municípios será aplicado vestibular.

A inscrição custa R$ 70 e deve ser feita apenas no site da Comissão do Vestibular (Covest), no endereço www.covest.com.br. As provas serão numa única etapa, dia 23 de setembro. Haverá redação e teste com 50 questões objetivas de disciplinas diversas, conforme o curso que o candidato estará concorrendo. As aulas começarão no dia 16 de outubro.
Fonte: JC online

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Brasil é 22º em medalhas e pode ser pior por equipe, PIB ou população

  
OBS: A chage não foi tirada da reportagem da FOLHA DE SÃO PAULO. Ela é uma ilustração feita de forma associativa.

O 22º lugar no quadro final de medalhas de Londres já não foi nada brilhante. Mas muito pior foi o Brasil na Olimpíada de 2012 se levado em conta o tamanho da sua delegação, da sua população e da sua economia.
Mesmo com um aumento de 44% nos repasses da Lei Piva, a principal verba de financiamento do esporte no país, o Brasil só aumentou em dois pódios (uma prata e um bronze) seu desempenho em relação a Pequim-2008.
O que significa um aumento de 13% nas premiações, suficiente para fazer a sede dos próximos Jogos subir só uma posição no quadro geral. Mas, de força intermediária no número absoluto de pódios, o Brasil vira "turma do fundão" quando se verifica sua produtividade.
Em um ranking com a divisão do número de atletas inscritos pelo número de pódios, o Brasil ficaria em 51º lugar entre os 85 países que ganharam medalhas em Londres.
Foram 258 brasileiros nos Jogos. Entre os países que mandaram aos menos 200 atletas, só Canadá e Polônia foram menos premiados.
Pior ainda é a colocação do Brasil nos rankings de produtividade por tamanho da população e pelo PIB (produto interno bruto). No primeiro, o país seria apenas o 68º, e, no segundo, o 70º. Tanto em população quanto no tamanho da economia o Brasil está entre os dez maiores do mundo.
Com a exceção das potências Estados Unidos e China, nenhum país que terminou a Olimpíada de Londres com mais medalhas do que o Brasil tem uma população maior do que a brasileira.
Oito nações que superaram o Brasil têm menos de 20 milhões de habitantes, ou população menor do que a residente na Grande São Paulo. Mesmo decadente esportivamente e com um PIB que não chega a 2,3% do brasileiro, Cuba ficou sete posições à frente no quadro, com duas medalhas de ouro a mais.
A equipe enviada pelo COB não pode se orgulhar de formar um time competitivo na maioria das modalidades. O Brasil subiu ao pódio em oito esportes diferentes, número idêntico ao registrado em Pequim, há quatro anos.
A Espanha, que ganhou as mesmas 17 medalhas que o Brasil, foi premiada em 11 modalidades diferentes. A equipe nacional não teve o gosto de ganhar uma medalha no mais nobre dos esportes olímpicos.
No atletismo, só quatro dos países que ficaram à frente do Brasil --Coreia do Sul, Holanda, Coreia do Norte e Espanha-- não medalharam no atletismo. Na natação, os brasileiros ficaram sem ouro.
Nas duas modalidades, assim como na vela, o número de finais disputadas por atletas brasileiros caiu.
Fonte: Folha de São Paulo

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

40% dos índios vivem fora das terras indígenas

Quatro em cada dez índios brasileiros vivem fora das terras indígenas reconhecidas pelo governo, apontam dados do Censo 2010 divulgados nesta sexta-feira. O País tem 896,9 mil índios (0,47% da população brasileira) divididos em 305 etnias e que falam 274 línguas diferentes. O resultado surpreendeu os técnicos do IBGE, que partiram de informações preliminares da existência de 220 a 225 etnias e 180 línguas.
Pela primeira vez, o IBGE fez o raio x do território indígena. Quase 380 mil índios (42,3% do total) vivem fora de terras próprias e 517,3 mil (57,7%) ocupam as 505 terras demarcadas, equivalentes a 12,5% do território brasileiro. Foram pesquisadas as terras regularizadas até dezembro de 2010.
Maior etnia. Também é inédito o mapeamento das etnias e das línguas indígenas. A etnia Tikuna, que se concentra no Amazonas, especialmente na área do Alto Solimões, com presença também na periferia de Manaus, é a mais numerosa do País, com 46 mil habitantes, a grande maioria (85,4%) moradora de terras indígenas. Em segundo lugar estão os Guarani Kaiowá, de Mato Grosso do Sul, com 43,4 mil habitantes, sendo 81,2% instalados em terras próprias. Os técnicos do IBGE encontraram 250 etnias diferentes entre os indígenas que vivem em terras próprias e 300 entre os que estão fora.
A análise das 505 terras indígenas regularizadas mostra que seis delas têm população de mais de 10 mil índios. A terra mais populosa é a Yanomami, localizada nos Estados de Amazonas e Roraima, e que reúne 25,7 mil indígenas. Em segundo vem Raposa Serra do Sol, em Roraima, com 17 mil índios
O Censo 2010 mostra que apenas 37,4% da população indígena fala alguma língua nativa. Entre os que vivem dentro das terras indígenas, a proporção sobe para 57,3%, mas na população que vive fora desses territórios apenas 12,7% dominam uma língua indígena. Existem ainda 16,3% de indígenas que não falam português. Nas terras indígenas, 27,9% dos moradores não falam português e fora das terras, apenas 2%. Pacheco estranhou o baixo porcentual de indígenas que falam línguas nativas. 
Fonte: Jornal O Estadão

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Senado aprova política de cotas em universidade federais

A política de cotas para ingresso nas universidades e escolas técnicas federais foi aprovada pelo Plenário do Senado na noite desta terça-feira (8). O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 180/2008, que assegura metade das vagas por curso e turno dessas instituições a estudantes que tenham feito o ensino médio em escolas da rede pública, foi aprovado em votação simbólica e agora segue para sanção presidencial.
Pelo projeto, pelo menos 50% das vagas devem ser reservadas para quem tenha feito o ensino médio integralmente em escola pública. Além disso, para tornar obrigatórios e uniformizar modelos de políticas de cotas já aplicados na maioria das universidades federais, o projeto também estabelece critérios complementares de renda familiar e étnico-raciais
Dentro da cota mínima de 50%, haverá a distribuição entre negros, pardos e indígenas, proporcional à composição da população em cada estado, tendo como base as estatísticas mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A política de cotas tem validade de dez anos a contar de sua publicação.
A medida foi defendida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), que informou que, de cada dez alunos do país, apenas um estuda em escola privada. Ou seja, o projeto beneficiaria a ampla maioria dos estudantes brasileiros. A senadora Ana Rita (PT-ES) também saiu em defesa da proposta, garantindo que o projeto faz “justiça social com a maioria da população brasileira”.
Já o senador Pedro Taques (PDT-MT) citou os Estados Unidos como exemplo bem-sucedido da política de cotas nas universidades. Ele disse que o país, que era extremamente racista em um passado próximo, após adotar a política de cotas raciais nas universidades, tem agora um presidente negro. Para o senador, no Brasil é preciso adotar ações afirmativas para assegurar oportunidade a todos. 
PERDA DE AUTONOMIA - O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) reprovou a iniciativa sob o argumento de que “impõe camisa de força” a todas as universidades federais brasileiras, ao ferir sua autonomia de gestão. Além disso, argumentou o senador, para que o ensino superior seja de qualidade, é preciso adotar um critério de proficiência, ou seja, que os alunos que ingressem na instituição tenham notas altas.
Outra crítica do senador ao projeto é a exigência de que as vagas para cotas raciais, por exemplo, sejam proporcionais ao contingente de negros ou índios existentes no estado onde se localiza a instituição de ensino.
Aloysio Nunes observou que um negro inscrito em uma universidade de Santa Catarina disputaria um número menor de vagas do que outro estudante, também negro, mas inscrito em uma instituição da Bahia. Aloysio Nunes foi o único senador a votar contrariamente ao projeto em Plenário.
Fonte: JConline

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Múltiplas influências

Somos influenciados por vários agentes de socialização ao mesmo tempo. Na imagem podemos observar dois dos agentes actualmente mais influentes: a família e a televisão. Por vezes os diversos agentes de socialização podem exercer influências contraditórias. Por exemplo: os valores católicos e conservadores que nalgumas famílias se ensinam às crianças divergem muito dos valores mais liberais e hedonistas que são veiculados pela maioria das estações de televisão.
Fonte: Cadernos de Sociologia

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Inscrição do vestibular seriado da UPE começa nesta segunda-feira

Os manuais dos candidatos referentes ao Sistema Seriado de Avaliação (SSA) da Universidade de Pernambuco (UPE) já podem ser consultados no siteda UPE. As inscrições começam nesta segunda-feira (02) e vão até 2 de agosto. Alunos das três séries do ensino médio podem participar e concorrer a até 40% das vagas nas graduações, dependendo do ano que vão ingressar na instituição.
A inscrição custa R$ 70. As provas dos dois primeiros anos do ensino médio serão aplicadas dias 9 e 10 de dezembro. Os concluintes dos 3º anos farão o exame mais cedo, dias 11 e 12 de novembro. O vestibular tradicional terá inscrições entre 16 de julho e 16 de agosto.
Haverá aplicação de testes nos municípios onde a UPE mantém unidades (Recife, Camaragibe, Nazaré da Mata, Garanhuns, Caruaru, Salgueiro, Arcoverde e Petrolina). Também em Palmares e Serra Talhada, onde serão inaugurados câmpus em 2013.
Os alunos dos 3º anos que ingressarão na universidade em 2013 vão concorrer a 20% das vagas. Os dos 1º e 2º anos, que entrarão na instituição em 2014 e 2105, respectivamente, contarão com 40% das vagas para o seriado.
Fonte: JC online

Unesco declara Rio de Janeiro Patrimônio Mundial

O Rio de Janeiro se tornou neste domingo Patrimônio Mundial. Ela é a primeira cidade do mundo a receber este título da Unesco na categoria Paisagem Natural.
A decisão foi tomada pelo comitê do patrimônio da organização. O anúncio aconteceu durante a 36ª reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em São Petersburgo, na Rússia, na manhã deste domingo (01/07).
O dossiê da candidatura foi entregue em setembro de 2009 ao organismo das Nações Unidas. Em janeiro do ano passado, o Centro do Patrimônio Mundial da Unesco decidiu pela inclusão da candidatura do Rio.
A relação harmoniosa entre a natureza e a intervenção humana é, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a âncora da candidatura do Rio. A candidatura listou os principais elementos naturais que tornam original e excepcional a paisagem carioca, como o Pão de Açúcar, Corcovado, a Floresta da Tijuca, Praia de Copacabana e a Baía de Guanabara.
O conceito de paisagem cultural foi adotado pela Unesco em 1992, como uma nova tipologia de reconhecimento de bens culturais, dentro da lista de patrimônios mundiais da organização, que já soma 911 itens. Até d Rio, os sítios reconhecidos como tal eram áreas rurais, sistemas agrícolas tradicionais, jardins históricos e locais de cunho simbólico, religioso e afetivo.
Além do Rio, o Brasil tem 18 bens culturais e naturais na lista da Unesco. Estão na lista os conjuntos arquitetônicos e urbanísticos de Ouro Preto (MG) e Brasília, os centros históricos de Olinda (PE), Salvador, Diamantina (MG), São Luís e Goiás (GO), as ruínas de São Miguel das Missões (RS) e o santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas (MG). Na relação de bens naturais constam os parques nacionais do Iguaçu (PR) Costa do Descobrimento (BA/ES), Serra da Capivara (PI), Jaú (AM), Pantanal (MT/MS), Veadeiros (GO) e Fernando de Noronha (PE).

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,unesco-declara-rio-de-janeiro-patrimonio-mundial,894272,0.htm

sexta-feira, 15 de junho de 2012

As 7 profissões que mais engordam

 
Não é raro ouvir que a obesidade é a “epidemia” do século. De fato, o número de obesos cresce a cada ano e os vilões são muitos: falta de tempo, comidas cada vez mais gordurosas e, agora, profissões que engordam.
O site CareerBuilder fez um levantamento com profissionais de diversas áreas e descobriu aquelas carreiras nas quais os empregados mais reclamaram de aumento de peso. São profissões estressantes ou extremamente sedentárias e as principais reclamações dos profissionais entrevistados eram que eles tinham de almoçar sempre em frente ao computador, passavam o dia todo sentados, comiam demais para aliviar o estresse e pulavam refeições por falta de tempo.
Confira a lista (em ordem alfabética) das profissões que mais engordam:
Advogados e juízes
Agentes de viagem
Bombeiros
Policiais
Professores
Profissionais de TI
Publicitários
Fonte: Guia do Estudante

Redação do Enem continuará valendo para vestibular da UFPE

Em reunião realizada na última quinta-feira (14), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) decidiu pela continuidade do uso da redação do Enem na composição da nota da segunda fase do Vestibular 2013. Segundo nota divulgada pela assessoria da instituição, a justificativa é "o aperfeiçoamento do processo de correção" anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) no fim de abril.
 
Antes, um texto era corrigido por dois especialistas e, se houvesse discrepância superior a 300 pontos, passava por apenas um terceiro corretor. Agora, a discrepância máxima entre as notas caiu para 200 pontos na nota total ou 80 pontos em cada uma das competências (são cinco competências ao todo, cada uma valendo 200 pontos). Acima disso, a redação passará para um terceiro corretor e a nota final será a média aritmética simples das notas “mais próximas”. Caso as diferenças entre as notas permaneçam, a prova será submetida a uma banca examinadora composta de três avaliadores, que darão a nota final.
Segundo o reitor Anísio Brasileiro, a decisão não impede que o assunto volte a ser discutido em novas reuniões para as próximas seleções. A nota também informa que a votação "foi motivada pela urgência para cumprir o cronograma proposto para o Vestibular 2013".

Novos cursos
Também foi aprovado o oferecimento de novos cursos de graduação em Medicina e em Saúde Coletiva, oferecidos respectivamente nos Centros Acadêmicos do Agreste (CAA), em Caruaru, e de Vitória (CAV).
O curso de Medicina de Caruaru ofertará 30 vagas a partir do segundo semestre de 2013. Esse número aumentará gradativamente podendo chegar a 80 vagas em 2016. Enquanto é construída a sede do curso no Campus Agreste, as aulas serão iniciadas em espaço locado e adequado para a graduação, contemplando, entre outras instalações, os laboratórios: Morfofuncional, de Habilidades Clínicas, e de Informática e Comunicação.
O novo curso de Saúde Coletiva será oferecido na modalidade Bacharelado para formação de gestores em Saúde, em especial para atuar na Zona da Mata, região do Estado que apresenta os piores índices sociais. Terá duração de quatro anos, no horário noturno, com práticas e estágios em serviços diurnos. Serão oferecidas 30 vagas no primeiro semestre de 2013.

Vestibular
O período de inscrições será de 11 de setembro a 5 de outubro de 2012. As provas da segunda fase etapa serão aplicadas nos dias 2 e 3 de dezembro de 2012. Como primeira etapa, os candidatos devem realizar as provas do Enem 2012.
Fonte: Guia do Estudante

sábado, 9 de junho de 2012

Gabarito oficial do Simulado de Geografia

Gabarito Sala A
01. E
02. E
03. D
04. D
05. A
06. C
07. D
08. B
09.D
10. A

Gabarito SalaB
01. C
02. C
03. C
04. B
05. E
06. B
07. E
08. E
09.D
10. A

 A premiação será dada na aula de terça-feira.
Forte Abraço!
Professor Hugo Morais

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Estude com os slides da aula de Comunidade, sociedade e cidadania

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Bons estudos e forte abraço! Professor Hugo Morais

Mulheres fogem por medo de retorno do Taleban ao poder

Temendo o retorno do Taleban ao poder, mulheres qualificadas e jovens estão deixando o Afeganistão antes da transmissão do governo em 2014 pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), por acreditarem que o governo afegão deixará de fora da agenda principal a luta pelos direitos femininos. Segundo reportagem do diário britânico The Guardian, o governo demostra falta de compromisso com a igualdade, vista nos altos índices de maus-tratos contra as mulheres em casa e no trabalho.
“As mulheres são habitualmente assediadas e exploradas no local de trabalho, o crédito por suas realizações é assumido pelos homens e elas também são alvo de insurgentes quando vão para o trabalho ou a escola. Elas sofrem com a insegurança e, mesmo em casa, são submetidas a violências e abusos taticamente endossados pelos tribunais e o governo”, diz Guhramaana Kakar, assessora para questões de gênero do presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, ao semanário britânico The Observer.
Em meio a este cenário, escolas para meninas são incendiadas perto da capital Cabul e garotas recebem ataques com ácido por estudarem, além de inúmeras histórias de estupro e sequestro. Por isso, as mais qualificadas buscam bolsas de estudos ou empregos no exterior. A Universidade de Durham, no Reino Unido, oferece, por exemplo, bolsas específicas para esse público. “Nos primeiros anos após as tropas internacionais entraram no país, houve mudanças positivas na vida de muitas afegãs. No entanto, recentemente as coisas mudaram e a vida ficou mais difícil para as mulheres, mas elas não querem ser empurradas de volta para a caixa”, afirma Selay Ghaffar, executiva-chefe da ONG Assistência Humanitária para Mulheres e Crianças do Afeganistão, ao Guardian. E questiona:Por que todos os planos para o futuro do Afeganistão ignoram a metade de sua população?”
O medo das afegãs é retratado em uma recente pesquisa da ONG ActionAid, na qual 86% das mulheres dizem temer o retorno de um regime como o taleban. Uma em cada cinco se preocupa com a educação das filhas e 72% definem sua vida como melhor hoje que há uma década. Mesmo assim, um número crescente de mulheres e meninas deixa os estudos e o mercado de trabalho devido ao agravamento da segurança aos civis. De acordo com o diário, as baixas entre civis afegãos subiram nos últimos cinco anos e superaram 3 mil mortos em 2011, com as mulheres sofrendo de modo desproporcional.
Além da violência e da pouca expressão no sistema político, elas ainda precisam se preocupar com muitos tribunais que deixam de protegê-las juridicamente, o que leva a histórias como crianças estupradas e depois presas por adultério. “A experiência nos diz que um aumento dos ataques contra as mulheres é muitas vezes um primeiro sinal de advertência de que os talibãs estão recuperando o controle da área”, diz ao Guardian Melanie Ward, diretora de assuntos públicos da ActionAid.
Fonte: Carta Capital

Estude com os slides da aula de Agricultura e suas transformações

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Bons estudos e forte abraço! Professor Hugo Morais

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Água suja

Uma criança sudanesa abastece-se de água de uma poça lamacenta, para evitar ter de esperar duas horas na fila para tirar água do poço, no campo de refugiados de Doro, no Sul do Sudão. Mais de 80.000 sudaneses procuraram refúgio no Sul do Sudão, fugindo aos confrontos entre forças governamentais e insurgentes no Norte.
Fotografia: Hereward Holland/Reuters
Fonte: Caderno de Sociologia

domingo, 20 de maio de 2012

A reprodução social através do vestuário e dos brinquedos

reprodução social nos brinquedos e vestuário2
reprodução social nos brinquedos e vestuário
Quino, Que presente tão inapresentável, Teorema, Lisboa, 2006, pág. 50.

Sugiro ao leitor menos familiarizado com o conceito de reprodução social a leitura deste post. Pode também dar uma vista de olhos no restante conteúdo desta etiqueta.
Quanto aos meus caros alunos: concordo inteiramente com a ideia que vos veio à cabeça assim que viram o cartoon – ilustraria muito bem uma das perguntas do teste!
A propósito do Quino, vale a pena espreitar o post Valores do século XXI no blogue Dúvida Metódica, pois contém um cartoon tão genial, certeiro e impiedoso como este.
Fonte: Caderno de Sociologia

"Querido, cheguei! O que fizeste para o jantar?"


A situação representada na imagem (encontrada no blogue Aprendiz de Sociólogo, sem referência ao autor, mas com a indicação de ter sido extraída do livro "Sociologia" de P.B. Horton e C.L. Hunt) é designada nalgumas obras de Sociologia através de uma feia expressão: "Novos papéis parentais".
 Fonte: Cardeno de Sociologia

sábado, 19 de maio de 2012

Por que não o Haiti?

Muito se tem falado no Haiti nos últimos anos. Mas pouco se ouve os haitianos. Crises regulares garantiam uma errática presença do país nos meios de comunicação nativos. Porém, desde 2004, quando o governo brasileiro assumiu o comando militar da missão de estabilização das Nações Unidas, as referências foram mais frequentes, geralmente apelando para a celebração da atuação dos militares (sem considerar resultados), das iniciativas de organizações não governamentais ou de empresários.
O terremoto de janeiro de 2010, que destruiu a maior parte da capital Porto Príncipe e matou mais de 220 mil pessoas, reforçou o hábito de autocelebração: diante da tragédia gigantesca, a ênfase invariável era na atuação virtuosa de soldados, missionários e civis brasileiros. Pouco ou nada foi dito sobre haitianos que tentavam retomar suas vidas após a catástrofe.
Nos últimos meses, referências ao Haiti voltaram a ocupar algum espaço na mídia porque 3,6 mil haitianos se refugiaram no Brasil, um país de 190 milhões de habitantes. O súbito alarme não era a situação precária a que estavam relegados nas cidades de fronteira da Amazônia, mas sim a quantidade e o fato de serem haitianos. Ao recusar genericamente as demandas de um grupo extenso de pessoas da mesma nacionalidade, o Brasil violou direitos inalienáveis do solicitante de refúgio: ter a sua situação analisada individualmente e adquirir uma documentação provisória que lhe permita acessar serviços básicos. Para os haitianos, e somente para eles, tais prerrogativas foram negadas.
Para defender a impossibilidade de reivindicar refúgio, membros do atual governo e vozes da mídia alegaram que a vinda de haitianos estaria atrelada às carências econômicas e não à perseguição em decorrência da instabilidade política do país de origem. Recorreram a uma interpretação estreita dos compromissos assumidos pelo país diante do regime internacional de proteção de refugiados. Paradoxalmente, a instabilidade política do Haiti é utilizada como justificativa para a missão militar chefiada pelas Forças Brasileiras, renovada anualmente desde 2004. As sucessivas crises políticas e econômicas que vêm minando o Haiti nas últimas décadas são responsáveis pela grande incerteza com relação ao seu presente e futuro.
A destruição da infraestrutura e das bases econômicas do país foi progressiva e anterior ao terremoto de janeiro de 2010. Diversos fatores e processos históricos recentes contribuíram para isso, mas foi, sem dúvida, o papel desempenhado pelo Haiti durante a Guerra Fria que levou potências como os Estados Unidos e a França a apoiar a ditadura particularmente cruel do clã Duvalier (1957-1986), contribuindo enormemente para o progressivo desmantelamento do aparelho de Estado.
Deve-se chamar a atenção ainda para as políticas de reestruturação econômica, adotadas a partir de meados dos anos 1980, cujas consequências foram igualmente desastrosas. A abertura comercial e o investimento externo, frutos dos planos de reestruturação, promoveram a inundação do mercado haitiano de produtos importados a preços menores aos praticados no mercado interno, o que gerou crises na produção agrícola de alimentos básicos. A partir daí, o país, outrora autossuficiente, se viu desabastecido e obrigado a importar uma gama enorme de produtos de primeira necessidade.
Não se pode esquecer, tampouco, o embargo desastroso que afetou o Haiti no período do coup d’état (1991-1993), quando os militares depuseram o presidente recém-eleito, Jean-Bertrand Aristide. Se o propósito do embargo era forçar o fim de uma ditadura militar repressiva e violenta, acabou por provocar a destruição final de todo o aparelho produtivo do Haiti, fortemente dependente de insumos e fontes energéticas vindas do exterior.
As sucessivas tentativas de reconstrução democrática foram frustradas pelas limitações do Estado haitiano e pela incapacidade efetiva de reconstruir o tecido produtivo. Estamos falando de um país formado por uma maioria jovem que, diante da incerteza política e da falta de oportunidades econômicas, encontra na migração e no refúgio um dos poucos horizontes possíveis para a viabilização de oportunidades educacionais e produtivas. Migrar os ajuda a garantir remessas de dinheiro para suas famílias, únicas fontes seguras de recursos financeiros para o país.

Falácias brasileiras
Desde 2004 e, sobretudo, após o terremoto, o governo brasileiro reivindica protagonismo não apenas no que diz respeito à missão de estabilização das Nações Unidas estabelecida no Haiti – cuja liderança se deve tão somente ao fato de o Brasil possuir o maior contingente militar –, mas em projetos de cooperação técnica, que, na maioria das vezes, não saíram do papel ou tiveram resultados aquém das propostas originais.
Detenham-nos nas áreas prioritárias da saúde e da educação. Nos meses após o terremoto, o Brasil prometeu construir na região de Porto Príncipe, no prazo de um ano, pelo menos 12 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), responsáveis pelo atendimento de casos de saúde mais básicos e pela urgente formação de agentes comunitários locais. Até o momento, mais de dois anos depois da promessa inicial, nenhuma UPA foi construída.
Na área de educação, foi anunciado, em fevereiro de 2010, que o Brasil ofereceria 500 bolsas a estudantes da rede universitária haitiana, atingida de modo particularmente devastador pelo terremoto. Uma vez anunciado o programa, cerca de 3,5 mil estudantes se candidataram no que teria sido o maior programa de intercâmbio internacional da história da educação brasileira.
Das inscrições em diante, o caos se instalou, mas não no Haiti, e sim nos meandros burocráticos brasileiros. O Programa Pró-Haiti foi responsável pela vinda de apenas 80 estudantes haitianos, que chegaram ao nosso país 18 meses após o terremoto. Os cerca de 3,6 mil haitianos que adentraram nossas fronteiras foram recebidos inicialmente com indiferença pelo poder público, ficando dependentes da generosidade dos habitantes das cidades fronteiriças do Norte do Brasil e da estrutura básica de acolhimento oferecida por paróquias locais.
Diante do escândalo internacional, o governo prontificou-se não a atender àqueles que chegavam, mas a deter essepequeno fluxo. As medidas restritivas fixaram em um máximo de cem o número de vistos mensais a serem concedidos na Embaixada do Brasil em Porto Príncipe, ou seja, 1,2 mil por ano. Todos aqueles haitianos que, a partir de janeiro de 2010, chegassem às fronteiras brasileiras, independentemente de sua situação ou capacitação passaria a ser considerado um ilegal e seria deportado.

A verdadeira diáspora
É difícil encararmos um limite tão restrito de vistos e a ameaça da ilegalidade e da deportação para os que aqui chegam com uma política cujo propósito é favorecer o estabelecimento de trabalhadores haitianos no Brasil. Destaque-se que, nem de longe, fomos ou somos o destino preferencial de uma diáspora haitiana de mais de 3 milhões de indivíduos espalhados entre a República Dominicana, Estados Unidos, Cuba, Canadá, França, Venezuela, Panamá, Costa do Marfim e Senegal.
Se efetivamente o governo brasileiro quer ajudar os haitianos vítimas do terremoto, não deveria endurecer a política migratória contra os reduzidos fluxos destes ou criar exceções injustificáveis ao regime de refúgio. Os haitianos que buscam trabalho e oportunidades educacionais no exterior são invariavelmente escolarizados, bem preparados e excepcionalmente motivados. A dinâmica de circulação internacional da diáspora haitiana é responsável pelo aporte direto de recursos para a população haitiana por meio do envio de remessas periódicas, consideradas preciosas e indispensáveis para a condução da vida cotidiana por parentes e amigos. São essas remessas que permitem estabelecer pequenos negócios, construir casas e financiar a educação de crianças e jovens em um sistema educacional privado e caro, como é o caso no Haiti.
O receio expresso por formadores de opinião e políticas públicas de que os haitianos aqui estabelecidos tragam suas famílias é infundado e só revela o racismo que nos rodeia. É claro que, diante da demanda por mão de obra no Brasil e do cálculo custo e benefício por causa das flutuações cambiais e salariais, alguns indicarão a parentes e amigos postos de trabalho vagos no Brasil. Tais casos, no entanto, seriam destoantes de práticas correntes da diáspora haitiana, como distribuir um grupo familiar por países e continentes diferentes, para assegurá-los diante de crises cíclicas e mudanças súbitas no panorama econômico nos países de acolhimento.
O mais provável é que parte significativa desses haitianos envie recursos para suas famílias no Haiti e retorne ao país em um médio prazo ou junte recursos para reunir-se com amigos e parentes em países infinitamente mais atraentes, como Estados Unidos, Canadá e França. É hora de superarmos a retórica narcisista de que existem laços afetivos entre o Brasil e o Haiti. Devemos trabalhar com o propósito de superar os nossos limites institucionais e o racismo que perdura em nosso país contra imigrantes negros e parar de causar empecilhos à vindade haitianos, sem sequer questionar sua qualificação e seu potencial.
Fonte: Carta na Escola

Café aumenta expectativa de vida

Se por um lado o café tem mais de mil componentes que trazem riscos à saúde, por outro ele estende a vida de quem toma de dois a três copos por dia. Faz sentido? Os pesquisadores do National Cancer Institute, nos Estados Unidos, também não entenderam muito bem os porquês, mas descobriram que a bebida aumenta a expectativa de vida de quem a consome.
Os homens que participaram da pesquisa e mantiveram essa frequência de ingestão de café foram identificados com chance de viver 10% a mais do que os que não tomaram a bebida. No caso das mulheres, o resultado foi de 13%. E, em ambos os testes, o resultado foi o mesmo para o líquido descafeinado.
Nas mulheres, houve uma diminuição de 15% do risco de ter alguma doença do coração, redução de 21% da chance de morrer por falha respiratória, 7% menos probabilidade de ter infarto e 23% menos chance de falecer de diabetes.
As pessoas analisadas, de ambos os gêneros, que ingeriram seis ou mais copos diariamente reduziram ainda mais todos esses riscos de saúde. O motivo que explica esse benefício ainda não foi descoberto. Também não se sabe por que o café prolonga mais a vida de mulheres, diz Neal Freedman, autor principal do estudo, publicado no The New England Journal of Medicine. Mas ele acredita que o grão não aumente o risco de morte de quem o ingere.

Fonte: National Geographic

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Globalização: o mundo numa montra de supermercado

“Poderá pensar que o supermercado não tem muita relevância para o estudo da Sociologia, mas (…) o supermercado é um local que nos pode dizer muito sobre fenómenos sociais de grande interesse para os sociólogos no início do século XXI: o ritmo vertiginoso da mudança social e o aprofundar da sociedade global.
Na próxima vez que for ao supermercado preste atenção à grande variedade de produtos expostos nas prateleiras. Se, como muitas pessoas fazem, iniciar as compras pela secção de produtos frescos, é provável que encontre ananases do Hawai, uvas de Israel, maçãs da África do Sul e abacates de Espanha. No corredor seguinte, poderá dar de caras com uma vasta gama de pastas de caril e de especiarias para a cozinha indiana, variadíssimos ingredientes para a cozinha do Médio Oriente, como cuscuz e falafel, bem como leite de coco enlatado para a cozinha tailandesa. Continuando as compras, tome atenção ao café proveniente do Quénia, da Indonésia ou da Colômbia, à carne de ovelha da Nova Zelândia, às garrafas de vinho da Argentina ou do Chile. Se prestar atenção a um pacote de bolachas ou a uma tablete de chocolate, notará que os ingredientes vêm descritos em oito ou dez línguas diferentes.
Que dimensões sociológicas estão associadas a esta curta ronda pelo supermercado? (…) A enorme variedade de produtos que nos habituámos a ver nos supermercados ocidentais depende de laços económicos e sociais complexos que ligam as pessoas e os países do mundo inteiro. (…)
Os sociólogos usam o termo globalização quando se referem aos processos que intensificam cada vez mais a interdependência e as relações sociais a nível mundial. Trata-se de um fenómeno social com vastas implicações (…). Não deve pensar-se na globalização apenas como o desenvolvimento de redes mundiais – sistemas económicos e sociais afastados das nossas preocupações individuais. É também um fenómeno local, que afecta a vida quotidiana de todos nós. (…)
[Essa interdependência significa que] o que fazemos tem consequências na vida dos outros e que os problemas mundiais têm consequências para nós.”
Anthony Giddens, Sociologia, 5ª edição, F. C. Gulbenkian, 2007, Lisboa, pp. 50-51.
Fonte: Blog Caderno de Sociologia

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Mortalidade infantil tem queda recorde na década

A taxa de mortalidade infantil teve redução recorde na última década e chegou a 15,6 mortes de bebês de até um ano de idade por mil nascidos vivos, segundo dados do Censo 2010 divulgados pelo IBGE. O índice é 47,5% menor que os 29,7 por mil registrados em 2000. Antes do período 2000-2010, a maior queda tinha acontecido entre 1970 e 1980, quando a taxa de mortalidade infantil caiu 39,3%, passando de 113 óbitos por mil nascidos vivos para 69,1 por mil. Desde 1960 (131 mortes por mil nascidos vivos) a 2010, a redução foi de 88%.
Estimativas da Rede Interagencial de Informações para a Saúde (Ripsa), que reúne universidades e outras instituições de pesquisa, além de órgãos do governo como Ministério da Saúde e o próprio IBGE, já indicavam havia alguns anos queda na mortalidade infantil bem mais acentuada do que a registrada anualmente pelas Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílio (Pnads). Com a divulgação do Censo 2010, os dados oficiais e as estimativas se aproximam.
Apesar dos avanços, o Brasil ainda está longe dos padrões dos países mais desenvolvidos, de cinco mortes por mil nascidos vivos ou menos. As mais baixas taxas de mortalidade, segundo a ONU, são da Islândia, Cingapura e Japão, em torno de 3 mortes por mil nascidos vivos. A menor taxa das Américas é de Cuba (5,1 mortes por mil nascidos vivos). Itália, Portugal e Nova Zelândia têm índice de 5 mortes por mil. O Brasil continua atrás da Argentina (13,4 por mil), Uruguai (13,1por mil ) e Chile (7,2 por mil). A taxa brasileira se equipara às da Moldávia (15,8 por mil ) e da Síria (16 por mil). Os piores índices são do Afeganistão (157 por mil) e Serra Leoa (160 por mil).
No período de 2000 a 2010, o Nordeste teve a maior redução na mortalidade infantil, entre todas as regiões, de 58,6%. Os índices nordestinos caíram de 44,7 mortes por mil nascidos vivos para 18,5 por mil. Continua a ser a região com a pior taxa, mas as diferenças entre as regiões caíram significativamente. A taxa de mortalidade infantil no Norte, segundo o Censo 2010, é de 18,1 mortes por mil nascidos vivos. O Centro-Oeste registrou 14,2 por mil; o Sudeste chegou a 13,1 por mil e o Sul continuou com a menor taxa, de 12,6 por mil.
A queda significativa da mortalidade infantil é resultado de uma combinação de fatores, segundo os técnicos do IBGE, como a redução da taxa de fecundidade (número de filhos por mulher), a ampliação de políticas públicas de prevenção em saúde, as melhorias no saneamento básico, o aumento da renda, especialmente da população mais pobre, e maior escolaridade das mães.
Por Estado, a taxa de fecundidade só está acima da taxa de reposição nos Estados do Norte, mais Maranhão, Alagoas, Mato Grosso. O Estado com menor taxa de fecundidade é São Paulo, com 1,67.
O IBGE também revelou que 966 mil crianças e adolescentes de 6 a 14 anos não frequentavam a escola em 2010. É o equivalente a 3,3% do total da população nessa faixa etária.
A comparação com 2000, porém, só é possível para a faixa 7 a 14 anos, porque a lei que fixou os 6 anos como idade para ingresso no Ensino Fundamental é de 2006. Na faixa 7 a 14, o índice de crianças fora da escola era 3,1% em 2010 e representa um avanço em comparação com 2000, quando a proporção era de 5,5%.
"Seguindo o curso normal da educação, as crianças deveriam ingressar no ensino fundamental aos seis anos de idade e estar cursando a última série aos 14 anos", lembram os técnicos do IBGE na publicação Censo Demográfico 2010 - Dados Gerais da Amostra.
Outros dois dados de educação são preocupantes. Na faixa 15 a 17 anos, 16,7% não iam à escola em 2010. Eram 22,6% em 2000. Na população de 25 anos ou mais, o porcentual de pessoas com pelo menos o ensino médio completo era em 2010 de apenas 35,8%. Em 2000, porém, era muito menos: 23,1%.

Fonte: Estadão

Cotas raciais em universidades são consideradas constitucionais por unanimidade no Supremo


Brasília – Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram hoje (26), por unanimidade, que a reserva de vagas em universidades públicas com base no sistema de cotas raciais é constitucional. Durante dois dias de julgamento, os ministros analisaram a ação ajuizada pelo partido Democratas (DEM), em 2009, contra esse sistema na Universidade de Brasília (UnB).
O último ministro a se manifestar, o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, disse que a política compensatória é justificada pela Constituição. Para ele, os erros de uma geração podem ser revistos pela geração seguinte.
“O preconceito é histórico. Quem não sofre preconceito de cor já leva uma enorme vantagem, significa desfrutar de uma situação favorecida negada a outros”, explicou Britto.
Nove ministros acompanharam o voto do relator, Ricardo Lewandowski. O ministro Antônio Dias Toffoli se declarou impedido de votar, porque quando era advogado-geral da União posicionou-se a favor da reserva de vagas. Por isso, dos 11 ministros do STF, somente dez participam do julgamento.
Para o ministro Celso de Mello, as ações afirmativas estão em conformidade com a Constituição e com as declarações internacionais às quais o Brasil aderiu. De acordo com a ministra Cármen Lúcia, as políticas compensatórias garantem a possibilidade de que todos se sintam iguais.
“As ações afirmativas não são as melhores opções. A melhor opção é ter uma sociedade na qual todo mundo seja livre par ser o que quiser. Isso é uma etapa, um processo, uma necessidade em uma sociedade onde isso não aconteceu naturalmente”, disse a ministra.
Gilmar Mendes fez ressalvas sobre o modelo adotado pela Universidade de Brasília (UnB). Para ele, é necessária a revisão desse modelo, pois ele pode tender à inconstitucionalidade posteriormente.
“Todos podemos imaginar as distorções eventualmente involuntárias e eventuais de caráter voluntário a partir desse tribunal [racial da UnB], que opera com quase nenhuma transparência”, argumentou Mendes.
Para o DEM, esse tipo de política de ação afirmativa viola diversos preceitos fundamentais garantidos na Constituição. O partido justificou que vão ocorrer "danos irreparáveis se a matrícula se basear em cotas raciais, a partir de critérios dissimulados, inconstitucionais e pretensiosos", pois fica caracterizada "ofensa aos estudantes preteridos".
A UnB foi a primeira universidade federal a instituir o sistema de cotas, em junho de 2004. Atos administrativos e normativos determinaram a reserva de 20% do total das vagas oferecidas pela instituição a candidatos negros (entre pretos e pardos).
A ação afirmativa faz parte do Plano de Metas para Integração Social, Étnica e Racial da UnB e foi aprovada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. No primeiro vestibular, o sistema de cotas foi responsável pela aprovação de 18,6% dos candidatos. A eles, foram destinados 20% do total de vagas de cada curso oferecido. A comissão que implementou as cotas para negros foi a mesma que firmou o convênio entre a UnB e a Fundação Nacional do Índio (Funai), de 12 de março de 2004.
Durante o julgamento, dois índios foram expulsos do plenário da Corte por atrapalhar a sessão durante o voto do ministro Luiz Fux. Os índios Araju Sepeti Guarani e Carlos Pankararu, que iniciaram a manifestação, foram imobilizados e retirados à força por um grupo de seguranças do Tribunal. Os índios criticaram o fato de só o sistema de cotas raciais estar em julgamento.
Fonte: Agência Brasil

Estude com os slides da aula Doutrina Bush e os Conflitos do Islã

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Bons estudos e um forte abraço. Professor Hugo Morais

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Voo solo

O inferno são os outros! A conhecida frase de Jean-Paul Sartre agora dá sentido a um fenômeno de massa. Se o inferno são os outros, então nossos contemporâneos parecem estar se movimentando para fugir das catacumbas sulfurosas. Segundo Eric Klinenberg, professor de Sociologia da Universidade de Nova York e autor do livro Going Solo: The extraordinary rise and surprising appeal of living alone (editora Penguin), cada vez mais pessoas optam por viver sozinhas.
O autor carrega nas tintas, embalado por um mercado editorial viciado em títulos de impacto, argumentos surpreendentes e fatos irrefutáveis, mas o livro tem méritos. Segundo Klinenberg, estamos presenciando uma inflexão histórica. Cultivamos, durante milênios, uma repulsa existencial e filosófica à solidão. “O homem que vive isolado, que é incapaz de partilhar os benefícios da associação política ou não precisa partilhar porque já é autossuficiente, não faz parte da pólis, e deve, portanto, ser ou uma besta ou um deus”, escreveu Aristóteles (apud Klinenberg).
As sociedades humanas se estruturaram em torno do desejo fundamental de os indivíduos viverem na companhia uns dos outros. O isolamento é frequentemente associado à punição. Uma criança mal comportada é separada de seus pares e colocada sozinha. Um prisioneiro malcomportado é trancafiado na solitária.
Entretanto, segundo Klinenberg, tudo isso está mudando. Nas últimas décadas, houve um aumento expressivo do número de homens e mulheres que passaram a viver voluntariamente sozinhos. O fenômeno é consequência do desenvolvimento econômico, que permite maior autonomia; da superação da lógica econômica do casamento, que dá maior liberdade às pessoas para buscar arranjos alternativos; da urbanização, que adensa as comunidades humanas; e da evolução das tecnologias de informação e de comunicação, que facilitam a interação entre as pessoas. Resultado: estamos casando mais tarde, prolongando o período entre o divórcio e o novo casamento, ou evitando um novo casamento, e escapando o quanto possível da possibilidade de viver com outra pessoa. É o novo solteirismo!
Nas grandes cidades norte-americanas, 40% das moradias têm um único ocupante. Em Washington e Manhattan, casos extremos, são 50%. E o fenômeno não se restringe aos Estados Unidos. Paris apresenta números superiores a 50% e, em Estocolmo, a taxa chega a 60%. China, Índia e Brasil, países em desenvolvimento, caminham no mesmo sentido.
Viver sozinho deixou de ser fonte de medo e causa de isolamento social. As vantagens são notáveis: -controle sobre a própria vida, liberdade de ação e melhores condições para perseguir atividades voltadas para a autorrealização. No imaginário social, vai surgindo um novo modelo ideal: o neossolteiro, um ou uma profissional de sucesso, -socialmente atuante e mestre de sua existência.
O fenômeno do novo solteirismo relaciona-se a outro fenômeno, maior, de enfraquecimento dos vínculos e das relações, que se manifesta na vida social e na vida profissional. Richard Sennet registrou a tendência no livro A Corrosão do Caráter (editora Record), no fim da década de 1990. De fato, o comprometimento dos indivíduos com instituições e organizações vem se fragilizando há algumas décadas. Hoje, transitamos por inúmeros grupos, empresas e comunidades, porém estabelecemos relacionamentos apenas tênues e temporários.
Nas empresas, depois de seguidas ondas de reestruturações, enxugamentos e terceirizações, os empregos “para toda a vida” estão quase extintos. Paradoxalmente, empresários e executivos continuam esperando alto grau de envolvimento e comprometimento de seus funcionários, e frustram-se quando não os conseguem. Com a ajuda de asseclas de recursos humanos, tentam tapar o sol com a peneira, programando palestras motivacionais, abraçando árvores e promovendo interlúdios culturais. Pouco adianta.
As novas gerações representam para as empresas um considerável desafio: os mais jovens são individualistas, inquietos e despudoradamente ambiciosos. Saltam de galho em galho corporativo sem olhar para trás. Habitam redes fluidas, sejam elas comunidades reais ou virtuais. São impacientes com o presente e ansiosos pelo futuro.
Neste admirável mundo novo, perde espaço o que é estável e profundo, ganha espaço o que é efêmero e superficial. Afirmam os profetas do mundo plano que terão vantagens os mais dinâmicos, os mais extrovertidos, aqueles com mais iniciativa e sem medo de errar, aqueles capazes de usar diligentemente seu capital social em prol da própria marca. E os incomodados que se mudem… de planeta?

Fonte: Carta Capital

sábado, 7 de abril de 2012

Em nome da queda de todos os muros


A perigosa separação do mundo por muros invisíveis - aqueles erguidos com tijolos religiosos e sociais - é uma das grandes preocupações do filósofo franco-búlgaro Tzvetan Todorov, que virá a São Paulo em setembro para o projeto Fronteiras do Pensamento.
Tzvetan Todorov virá a São Paulo em setembro para o projeto Fronteiras do Pensamento
Crítico dos totalitarismos, ele vê com apreensão os conflitos nacionais, que ganharam maior importância depois do colapso do império soviético nos anos 1980. "A xenofobia substituiu o anticomunismo (na Europa ocidental) e o anti-imperialismo (na Europa oriental)", disse ele ao Sabático, em entrevista por e-mail, durante uma brecha das sessões de lançamento de seu livro Os Inimigos Íntimos da Democracia, que chegará ao Brasil em agosto, pela editora Companhia das Letras.
Estamos às vésperas de uma eleição presidencial francesa. Quando se poderá esperar pelo surgimento de um liberalismo de esquerda na França?O termo "liberalismo" se presta a vários mal-entendidos, portanto é preciso de início saber do que se está falando... Nos Estados Unidos, um "liberal" é o que na Europa chamaríamos de social-democrata; na Europa, um liberal é o que em inglês se traduziria por conservative. E no Brasil? Eu costumo empregar esta palavra no sentido de "defesa das liberdades individuais". Mas em seguida, temos mais uma complicação, o liberalismo político, tal como se formou nos séculos 17 e 18, na Inglaterra e na França, era - se comparado ao presente - um tanto "de esquerda", porque se opunha ao poder absoluto, à opressão; hoje, na Europa, o termo "liberalismo" designa principalmente uma doutrina econômica considerada "de direita". Para evitar esta última confusão, é neste sentido que emprego termos como "neoliberalismo" ou mesmo "ultra liberalismo". Portanto, em resposta à sua pergunta: uma política "de esquerda" deve defender ao mesmo tempo a liberdade individual e o bem comum. Ela deve opor-se ao domínio exclusivo das doutrinas neoliberais, que negam a autonomia do político, sem derivar para o totalitarismo, que submeteu a economia à política; ela deve impor um contexto concebido no interesse da comunidade como um todo. Por enquanto, no plano econômico, a esquerda francesa continua prisioneira de conceitos neoliberais, e não sei quando poderá mudar. Uma das dificuldades a este respeito decorre do fato de que as economias europeias são mutuamente dependentes e isso evidentemente afeta também a economia francesa; seria preciso que todas evoluíssem na mesma direção, mas o acordo nesse sentido inexiste.
Por que diversos escritores do nosso tempo aparentemente se perderam numa espécie de anti-humanismo e de antiliberalismo?Como eu entendo por "antiliberalismo" um quase sinônimo de "anti-humanismo", diria que é uma reação compreensível (embora lamentável) às grandes catástrofes que marcaram a história europeia no século 20 e ao colapso dos projetos utopistas de trazer o bem. Refiro-me a este respeito às guerras mundiais com a destruição de seres humanos e de bens materiais por elas provocada, ao fascismo e principalmente ao comunismo. A escolha humanista é menos sublime, menos heroica, não promete a salvação das nossas almas, nem o estabelecimento do paraíso na Terra, portanto, não convém aos espíritos amantes do absoluto. Os artistas e os intelectuais pertencem frequentemente a esta última categoria.
A coexistência das culturas é difícil na sociedade de hoje. Até quando isto persistirá?A coexistência das culturas não é difícil, na realidade. Para nos convencermos disto basta lembrar que a cultura é o código comum de um grupo humano - o que significa não apenas de uma nação, mas também de uma região, de um bairro, de um sexo, de uma faixa etária, de uma profissão, de um ambiente social, e assim por diante. No decorrer do dia, mudamos várias vezes de código cultural em função das pessoas que encontramos. É por isso que cada um de nós é portador de várias culturas, e esta pluralidade não representa nenhum problema sério para nós. Entretanto, esses diferentes grupos existentes no seio de uma sociedade rivalizam entre si, competem e, às vezes, entram em conflito. Os conflitos ideológicos se reduziram na Europa depois do colapso do império soviético; portanto, os conflitos nacionais adquiriram uma importância maior. A xenofobia substituiu o anticomunismo (na Europa ocidental) e o anti-imperialismo (na Europa oriental). Não ganhamos nada com a mudança; a distinção entre "nós" e "os outros" corresponde a um nível muito elementar da inteligência.
Como o senhor vê o medo do Islã na nossa sociedade?Só posso falar das reações na Europa. O medo está provavelmente relacionado ao fato de que, em sua maior parte, os violentos atos terroristas dos últimos anos foram perpetrados em nome do Islã, como os atentados de Londres, de Madri, de Istambul ou, na França, de Paris e, recentemente, de Montauban e de Toulouse. Esses atos são extremamente minoritários, de um indivíduo em um milhão, mas como são supostamente uma expressão do Islã, a confusão é inevitável. Deste modo, os que execram o Islã como um todo tornam-se os aliados dos terroristas, que gostariam de se apresentar como a autêntica encarnação do Islã. Não é nada disso, esses terroristas são indivíduos revoltados que, em geral, têm um conhecimento muito superficial da religião muçulmana.
O senhor fala da negação da humanidade no livro O Medo dos Bárbaros (Editora Vozes). Será algo estrutural?A barbárie consiste em negar a humanidade plena dos outros, dos que não se parecem conosco. Observamos suas manifestações em todas as épocas, em todas as partes do globo, portanto é uma possibilidade oferecida à espécie humana. Mas, evidentemente, não é uma necessidade - é inclusive o sentido profundo da palavra "civilização": a capacidade de reconhecer a plena humanidade dos outros. Todo ser humano pode alcançar a civilização.
Estará a humanidade condenada a erguer muros simbólicos?O próprio conceito de poder político implica a ideia de fronteira: este poder diz respeito a uma comunidade e não às comunidades vizinhas, portanto, é preciso traçar separações entre elas. Mas será que essas fronteiras devem ser muros? Ou, como na minha infância, "cortinas de ferro"? Sua presença me parece sempre constituir um mau sinal, a prova de que é preciso esconder-se atrás do muro de uma fortaleza ou trancar os outros atrás do muro, como numa prisão, como os muros erguidos recentemente entre os Estados Unidos e o México ou entre Israel e a Palestina. Espero assistir à sua derrubada, como assisti à do Muro de Berlim.
A visita ao País e ameaça que espreita o mundo ocidental
O ciclo de palestras Fronteiras do Pensamento começa em São Paulo no dia 23 com o economista indiano ganhador do Nobel Amartya Sen, que abrirá ainda a programação do evento em Porto Alegre, no dia 25. Ele será o primeiro de uma lista de oito convidados de áreas diversas, como o cineasta e artista multimídia inglês Peter Greenaway, que vem em maio, e o pesquisador americano Michael Shermer, esperado para agosto (veja a programação em www.fronteiras.com).
Tzvetan Todorov fará sua palestra no dia 3 de setembro em Porto Alegre e no dia 5 em São Paulo, logo após à chegada ao País de Os Inimigos Íntimos da Democracia, no qual alerta que "a autêntica ameaça do mundo ocidental está em uma série de tendências crescentes em nosso seio". Residente na França desde 1963, quando tinha 24 anos, ele segue a linha de outra importante obra, O Medo dos Bárbaros, ao tratar do que considera ameaças que estão à espreita e que são mais perigosas que o terrorismo islâmico, o extremismo religioso ou regimes ditatoriais - são as estruturas autoritárias gestadas nas entranhas do próprio sistema político ocidental.
Para Todorov, o risco de uma regressão global a modos de agir e pensar típicos do totalitarismo é a consequência mais alarmante das vertiginosas transformações socioeconômicas das últimas décadas.

Fonte: Estadão

sábado, 31 de março de 2012

Pesquisa aponta que jovens estão lendo menos

Os jovens estão lendo menos. Essa é a constatação da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil realizada pelo Instituto Pró-Livro, feita entre junho e julho de 2011 e divulgada nesta semana. Mais de cinco mil pessoas, de todas as idades, foram entrevistadas, em 315 municípios brasileiros.
A queda foi apontada no índice de leitura de todas as faixas etárias de crianças e adolescentes. Entre os jovens de 14 aos 17 anos, a taxa de leitores de livros em geral foi de 71%, enquanto em 2007, ano da última pesquisa, este número era de 82%. Dos 18 aos 24 anos, o índice, que era de 61%, diminui para 53%.
A pesquisa também avaliou quantos livros o brasileiro lê, considerando-se apenas os últimos três meses entre todos os entrevistados. A média geral é de 1,85 livros por pessoa. Este número aumenta quando se considera apenas os estudantes (64% da população brasileira ou 114 milhões de pessoas) e chega a 3,41 exemplares no período de três meses.
Professores influenciam mais do que mães
Ainda de acordo com a pesquisa, os professores são os que mais incentivam os jovens a ler. Os dados mostram um crescimento da importância do ambiente educacional para este hábito. "As mães continuam sendo muito lembradas e quase empatam nessa positiva disputa, mas a subida importante do professor pode ser reveladora em relação a ações que estão dando certo", diz Karine Pansa, presidente do Instituto Pró-Livro.
A relevância da escolaridade
O estudo apontou que pessoas com ensino superior são as que mais leem. Analisando-se os últimos três meses, o número geral de livros desta faixa de escolaridade é de 3,77 por pessoa. O índice cai para 1,91 para quem só fez até o Ensino Médio e para 1,84 para os que completaram até o Ensino Fundamental.
O mesmo acontece entre os leitores que utilizam os serviços das bibliotecas. No total, 46% das pessoas com ensino superior usam bibliotecas. A porcentagem diminui para 22% para os que fizeram até o Ensino Médio. Um dado interessante é a idade dos usuários. Os principais visitantes de bibliotecas são os jovens entre 11 e 13 anos: 68% usam esta fonte para livros. O segundo lugar é ocupado pela faixa etária entre 14 a 17 anos, com 54%.

Fonte: Guia do estudante